Infecção urinária de repetição e fisioterapia

A infecção urinária baixa ou cistite é uma das queixas mais comum entre mulheres em idade reprodutiva, sendo muito frequente no sexo feminino por causa de sua anatomia. A uretra da mulher é curta, o que facilita a ascensão de bactérias quando existe contaminação do ânus para a vagina e para a uretra.

As bactérias entram pela uretra e se localizam na bexiga. Elas podem permanecer e crescer na bexiga ou atingir outras partes do trato urinário, como os ureteres e os rins, causando uma infecção do trato urinário superior. 

Os principais sintomas são: 

• Disúria: sensação de ardência, dificuldade ou dor ao urinar. 

• Polaciúria: micções frequentes, mesmo com pequeno volume de urina na bexiga. 

• Urgência miccional: sensação exagerada de vontade de urinar. 

• Desconforto suprapúbico. 

• Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. 

• Hematúria: presença de sangue na urina

Consideramos recorrente quando ocorrem, pelo menos, 2 episódios em 6 meses ou 3 episódios em 1 ano, sendo esses documentados por exames laboratoriais.

São fatores de risco para a recorrência: atividade sexual frequente, diabetes mellitus, antecedente materno de cistite recorrente, antecedente pessoal de cistite em idade precoce.

A prevenção e o tratamento da infecção urinária recorrente baseiam-se na associação de medidas comportamentais, fisioterápicas e medicamentosas.

As medidas comportamentais são essenciais e consistem por exemplo em ingestão abundante de líquidos, esvaziamento adequado e frequente da bexiga, micção após a relação sexual, higiene “de frente para trás” (evitando levar bactérias do ânus para a vagina), entre outras.

A fisioterapia surge como um tratamento promissor na melhora sintomatológica e na redução da disfunção do assoalho pélvico, que comumente acometem os portadores das infecções urinárias de repetição, com técnicas que auxiliam no alívio dos sintomas e melhoria na qualidade de vida das pacientes.

Porém, é preciso um pouco de paciência e fazer um tratamento completo, associando medicamentosa medidas comportamentais e fisioterapia, além de estar consciente que esse é o caminho para prevenção de infecções que podem comprometer o trato urinário superior e trazer repercussões ainda mais graves para a saúde.

Texto escrito por:  Chrystianne Barros Saretto

CREFITO-10/28.568-F

Fisioterapeuta Respiratória e Pélvica

Professora Universitária – UNOESC Joaçaba

Mestre em Saúde Coletiva, 

Doutoranda em Ciências da Saúde

e-mail: chrystianne.saretto@unoesc.edu.br

Instagram: Chrystianne Saretto

 

Material embasado em:

Duarte, T. B., Brito, L. M. O., Brito, L. G. O., Freitas, M. M. S. D., Nogueira, A. A., & Chein, M. B. D. C. (2010). Fisioterapia na cistite intersticial. Femina.

 

Palma, P. C. R., Berghmans, B., & Seleme, M. R. (2014). Urofisioterapia: aplicações clínicas da técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do assoalho pélvico. In Urofisioterapia: aplicações clínicas da técnicas fisioterapêuticas nas disfunções miccionais e do assoalho pélvico (pp. 574-574).

https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade16/unidade16_ft_incontinencia.pdf