O ideal para o corpo é que a evacuação aconteça diariamente, mas é considerado normal evacuar até, no mínimo, três vezes por semana, sem indicação de nenhum problema. Menos do que isso já se caracteriza como constipação ou prisão de ventre.
Entre os sintomas da constipação estão o esforço excessivo para evacuar, fezes muito duras ou em pedaços pequenos, sensação de evacuação incompleta, sensação de obstrução retal, necessidade de comprimir o abdome na hora de evacuar e necessidade de ajudar a evacuação com os dedos.
Essa disfunção é comum e atinge entre 15% a 25% das pessoas, sendo mais comum em mulheres, gestantes e idosos. Na maioria das vezes, a constipação é causada por um problema comportamental, e nesse caso, pode ser resolvida através da fisioterapia.
Causas e tratamentos
Uma das funções do intestino é absorver a água e os sais minerais do bolo alimentar, que vai se transformando em fezes durante todo o trajeto até a ampola retal, local onde as fezes ficam acumuladas antes de serem evacuadas. Uma das causas da constipação é o ressecamento em excesso das fezes.
Isso acontece comumente por causa de uma dieta inadequada. Dietas extremamente ricas em fibra e com pouca presença de água ou gordura boa causam ressecamento fecal em excesso, o que dificulta a passagem das fezes e pode resultar em perda de sensibilidade e distensão da ampola retal.
Outro fator que pode causar demasiado ressecamento e constipação é o ato de evitar evacuar com frequência, o que acontece, por exemplo, quando as pessoas sentem vontade de evacuar fora de casa e ficam com vergonha. Assim, quanto mais o indivíduo evita evacuar, mais elas ficam ressecadas e dificultam a saída.
Além disso, inibir o desejo de evacuar também diminui a sensibilidade da ampola retal, tornando mais difícil a percepção da necessidade do corpo de evacuar, fazendo com que as fezes permaneçam mais tempo lá e ressequem ainda mais. Fissuras, hemorroidas e lesões que causem dor no local também são causas comuns que levam as pessoas à evitarem a evacuação.
Um comportamento que também pode prejudicar a ampola retal é o ato de trancar a respiração e forçar para evacuar, ou contrair excessivamente o abdome no momento da evacuação.
Outra causa da constipação é a incoordenação da musculatura do assoalho pélvico, que acontece quando apenas os esfíncteres anais são relaxados no momento da evacuação, mas o músculo puborretal permanece contraído, o que dificulta ou impede a evacuação.
O tratamento para constipação pode ser feito através da fisioterapia pélvica, que atua de diferentes maneiras, entre elas corrigindo problemas na musculatura pélvica e estimulando a sensibilidade do reto, com exercícios específicos para fortalecer o assoalho pélvico e proporcionar ao paciente maior controle sobre a musculatura, além de treinamento postural, eletroestimulação percutânea e biofeedback eletromiográfico, que conscientiza o indivíduo sobre o relaxamento muscular na hora da evacuação.
Texto escrito por: Confie Cursos