A Ginástica Feminina como forma de cuidar do corpo feminino.
Meu nome é Juliana Schulze Burti, sou formada em Educação Física e Fisioterapia, fiz especialização em Fisiologia do Exercício, Mestrado em Ciências da Saúde pelo departamento de Urologia da Unifesp, onde estudei fadiga dos músculos do assoalho pélvico e Doutorado em Psicologia Social pela PUC-SP (universidade onde leciono e coordeno estágios do curso de Fisioterapia), estudando as repercussões de um programa de exercícios com foco no assoalho pélvico, postura e consciência corporal em mulheres: a Ginástica Feminina.
Fiquei muito feliz em poder falar sobre meu trabalho no blog da fisioterapeuta Barbara Tramujas, uma profissional séria, competente e engajada na área da Fisioterapia Pélvica, que sempre promove a troca de informações de forma ética e generosa.
Há cerca de 12 anos, desenvolvi um método de trabalho corporal com foco na postura, consciência corporal e na ativação dos músculos do assoalho pélvico, que chamei de Ginástica Feminina, e que uso em minha prática clínica desde então, com muito êxito.
O método baseia-se na cinesioterapia pélvica e nas relações que a pelve mantém com a biomecânica respiratória, a ativação dos músculos estabilizadores de tronco e as atividades funcionais que executamos diariamente. A base dos exercícios é o conhecimento da pelve, associado ao acionamento correto dos músculos do assoalho pélvico. Depois que as praticantes aprendem essa ativação de modo correto, associa-se à respiração, e progressivamente aos exercícios de mobilidade pélvica, instabilidade postural, coordenação e sincronia com movimentos de membros superiores e inferiores. No início os movimentos são feitos somente com o peso do próprio corpo, mas conforme vamos evoluindo são inseridos materiais, como bolas, elásticos, arcos, pesos e caneleiras. É nítido como o trabalho de assoalho pélvico vai sendo incorporado nas mais diversas posturas e atividades corporais das praticantes. Como resultado temos melhora da consciência corporal, diminuição de dores relacionadas à má postura, melhora da satisfação sexual e também de disfunções pélvicas como incontinência urinária e fecal.
Utilizo esse método tanto de forma individual, complementando minhas sessões de fisioterapia pélvica, como em grupo, onde a socialização serve como motivador para a adesão ao treinamento.
Em maio de 2016, lancei o livro que explica de forma simples e prática os princípios do método. São demonstradas algumas fotos de exercícios da ginástica feminina, com explicação detalhada. O livro foi elaborado como parte das produções que fiz ao longo do meu doutorado. A tese verificou como esse método de exercícios, feito em grupo, poderia mudar o sentido que as mulheres participantes, no caso, idosas, tinham em relação ao corpo e à sexualidade. A maioria delas desconhecia o assoalho pélvico e não conseguia executar exercícios que associassem o assoalho pélvico em sintonia com a respiração e a postura. Após as sessões de Ginástica Feminina, 100% delas passou a conhecer essa parte do corpo e mais de 70% sentiram melhoras na postura, na biomecânica respiratória e na postura, além do despertar da sexualidade, muitas vezes esquecida nessa fase da vida. Parece que trabalhar o assoalho pélvico fez com que elas lembrassem que estavam vivas e prontas para trabalhar e se relacionar melhor com elas mesmas e com seus corpos. Outro ponto positivo relatado pelas mulheres foi a diminuição na incontinência urinária, o que é esperado em mulheres que fazem treinamento da musculatura do assoalho pélvico.
Fica aqui minha dica para as mulheres: pratiquem atividade física, pensem em atividades que respeitem seu corpo e que o trabalhem como um todo. Sua saúde e auto-estima agradecem!!!!
Exercícios de Ginástica Feminina feitos em grupo (figura 1)
Texto escrito por: Juliana Schulze Burti
Fisioterapeuta Pélvica e Educadora Física
Contato: juschulze@gmail.com
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Facebook: Juliana Schulze - Fisioterapia Especializada
Figura 1