A ejaculação precoce é considerada uma das disfunções sexuais masculinas mais comuns, atingindo dois em cada cinco homens em todo o mundo.
Antes de falarmos sobre a patologia, precisamos entender como funciona o ciclo sexual do ser humano.
Para iniciar uma relação sexual, é necessário que o corpo atinja o processo de excitação, para posteriormente entrar nas fases do prazer, orgasmo e resolução sexual. No homem, o orgasmo acontece junto com a ejaculação, que é a emissão de sêmen para fora do corpo.
Pois bem, na ejaculação precoce, o indivíduo emite o sêmen antes de atingir uma resposta sexual satisfatória, seja em masturbação ou ato sexual com outra pessoa. Isto ocorre porque, da fase de excitação, a pessoa pula diretamente para o orgasmo e resolução, sem que haja prazer no ciclo da resposta sexual.
Os motivos para que o corpo haja desta forma são diversos, entre eles estão os fatores emocionais como a ansiedade, o estresse da rotina, transtorno pós-traumático, luto, e também fatores orgânicos como distúrbios hormonais, doenças inflamatórias, uso de alguns medicamentos contínuos.
Existem tratamentos realizados através de medicações como antidepressivos que desaceleram a ativação nervosa do corpo, mas que também podem desenvolver disfunção erétil caso o motivo da ejaculação precoce não seja orgânico. Psicoterapia é relevante para que consiga desenvolver inteligência emocional em relação aos motivos psíquicos causadores do problema. Mas a fisioterapia pélvica especializada pode entrar em ação para corrigir as disfunções perineais.
Os músculos do assoalho pélvico precisam ter boa sensibilidade para se comunicar com o cérebro e desenvolverem suas ações esperadas. Precisam também estar coordenados, possuírem boa força, potência e resistência. Além disso, para que qualquer indivíduo atinja resposta satisfatória na relação sexual, precisa conhecer seu corpo, ter boa consciência corporal, sensibilidade preservada e atenção para controlar a ativação muscular desejada.
A fisioterapia pélvica entra aí, trabalhando os músculos que controlam a ejaculação para resolver todas as disfunções que possam ter ocorrido na região íntima do corpo, através de técnicas específicas.
Após avaliação minuciosa, pode ser utilizada a eletroterapia, capaz de melhorar a sensibilidade e propriocepção local, além de ajudar na melhora da coordenação e percepção dos músculos perineais. O treinamento desta região pode ser feito através de biofeedback, onde sensores são colocados na região afetada e o indivíduo enxerga a contração e relaxamento dos seus músculos no computador, facilitando o entendimento e ganho de controle da região. São feitas atividades em casa de forma individual e com parceiro sexual, caso tenha, para que as técnicas trabalhadas em sessão sejam desenvolvidas no dia-a-dia do paciente.
Assim, o indivíduo conseguirá comandar seu corpo durante a relação sexual sem que haja descontrole e a ejaculação aconteça antes do desejado.
Texto:
Jordana Dossin
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